quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Neoplasticismo: 1917-31

Na visão de Piet Mondrian uma nova (neo)abordagem às artes plásticas (plasticismo) - o neoplasticismo - era necessária. Uma nova arte estava nascendo enquanto a guerra devastava a Europa entre 1914 e 1918. Unidade era a palavra-chave e não individualismo. E para isso, era preciso reduzir a arte em seus elementos mais simples: cor, forma, linha e espaço. A paleta de cores estava limitada às três cores primárias (vermelho, azul e amarelo) acrescidas de preto, branco e cinza, e os elementos composicionais se limitavam a linhas horizontais e verticais, bem como superfícies retangulares.
 
"A verdadeira liberdade não é igualdade mútua, mas equivalência mútua. Na arte, formas e cores têm diferentes dimensões e posições, mas são iguais em valor". Piet Mondrian
Composição C (nº III), com vermelho, amarelo e azul (1935), Piet Mondrian.

As linhas verticais e horizontais expressam os opostos da vida: negativo e positivo, bom e mau, claro e escuro, discórdia e harmonia, masculino e feminino, o yin/yang.
 
Os elementos são diferentes, mas têm o mesmo valor.

Nessa sequência de imagens abaixo vemos um nível de abstração cada vez maior do artista Piet Mondrian. Todas têm uma árvore como tema central.
Árvore vermelha (1908), Piet Mondrian.

Árvore cinzenta (1912), Piet Mondrian.


Macieira em flor (1912), Piet Mondrian.


 Quadro nº2/Composição nºVII (1913), Piet Mondrian.

 

 A ideia de unir o universal e o individual, a igualdade dos elementos e a unificação de externo e interno são todas extraídas da teosofia. Como podemos ver na imagem abaixo:
Composição nº VI (1914), Piet Mondrian.


A mesma estética abstrata foi aplicada em todas as formas de artes visuais, da arquitetura ao design.
 

Piet Mondrian conheceu um pintor, escritor, tipógrafo, designer e arquiteto chamado Theo van Doesburg. Em 1917 fundaram uma revista intitulada de De Stijl (O Estilo), também nome do grupo. De Stijl, como descreve Mondrian, captaria "a pura criação do espírito humano...expressa na forma de relações estéticas puras manifestadas em forma abstrata".

Influenciado pela arquitetura do norte-americano Frank Lloyd Wright e o trabalho do designer escocês Charles Rennie Mackintosh e sua famosa Cadeira com encosto de escada (1903). Rietveld criou Poltrona (1918).
Cadeira com encosto de escada (1903), Mackintosh.


Rietveld fez uma outra versão da cadeira, cinco anos depois. Muito semelhante a uma pintura de Mondrian.


Poltona (1918), Gerrit Rietveld.


Rietveld também projetou uma casa baseada nos princípios do De Stijl. A Casa Schröder (1924) em Utrecht, na Holanda foi construída para a Sra. Truss Schröder. Ela queria uma casa em que o interior estivesse ligado com o exterior ; uma casa que não fosse dividida, mas em que as áreas se inter-relacionassem. É uma verdadeira pintura do Mondrian.




Em 1965 o estilista francês Yves Saint Laurent produziu um vestido tubinho de lã sem mangas  com cores primárias e linhas pretas.



Mondrian queria derrotar a "supremacia do individual". Seguindo a filosofia do menos é mais. Abaixo, objetos à maneira de Mondrian:




Mondrian saiu do grupo De Stijl em 1923, pois ele achou que Van Doesburg não obedecia aos princípios do neoplasticismo. Van Doesburg começou a incluir linhas diagonais em suas obras.

Contracomposição de dissonâncias, XVI (1925), Theo Van Doesburg.


O grupo De Stijl tinha a intenção de remover toda e qualquer mística da arte e a tornar cotidiana.  Criar uma sociedade na qual o interior de uma casa, por exemplo, se harmonizasse com o exterior.  Seguindo esse preceito, muitas peças de Rietveld continuam contemporâneas. Já viram por aí?
Zig Zag Chair (1934), Rietveld.

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